Dentro das iniciativas pelos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher”, integrantes do Ministério Público do Tocantins (MPTO) foram às ruas de Palmas com foco na sensibilização do público masculino no início da campanha “Laço Branco: homens pelo fim da violência contra a mulher”, que acontece mundialmente em 6 de dezembro. A atividade foi realizada no fim da tarde de quinta-feira, 21, na Avenida Palmas Brasil Norte, e contou com a participação de representantes das instituições da rede de proteção à mulher.
O farmacêutico Murillo Lopes, de 35 anos, foi um dos homens que aderiu à campanha. “É uma excelente e importante iniciativa, uma vez que o Brasil registra, diariamente, inúmeros casos de violência contra as mulheres. Temos de ter essa conscientização, principalmente nós, homens, de que é errado, é crime e precisa acabar o mais rápido possível”, destacou Lopes, ao receber material informativo e colocar um laço branco na camisa.
Ele também reforçou o caráter interdisciplinar do trabalho. “Tanto a questão da violência contra a mulher quanto a do racismo, que é crime, precisam de atenção. São duas situações que não podemos mais admitir em nosso convívio de forma alguma”, completou o farmacêutico. Os “21 Dias de Ativismo” tiveram início em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, e seguem até 10 de dezembro, Dia dos Direitos Humanos.
Pelo MPTO, a atividade contou com a presença de equipes do Núcleo Maria da Penha, vinculado ao Centro de Apoio Operacional do Consumidor, da Cidadania, dos Direitos Humanos e da Mulher (Caoccid); do Núcleo de Atendimento às Vítimas de Crimes e Atos Infracionais Violentos (Navit); e da 26ª Promotoria de Justiça da Capital.
Coordenadora do Caoccid/MPTO, a promotora Cynthia Assis de Paula reafirmou a necessidade de uma atuação conjunta e contínua até o fim da violência de gênero. “O lançamento da campanha de mobilização foi muito bem recebido. A adesão destaca a urgência de uma mudança no modo de vida das pessoas em prol de uma sociedade justa e igualitária, principalmente diante dos casos de violência registrados nos últimos anos”, afirmou a promotora.
Vítimas de violência
De acordo com dados do 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em julho deste ano, 1.467 mulheres foram mortas, em 2023, vítimas de feminicídio no Brasil. As agressões decorrentes de violência doméstica chegaram a 258,9 mil casos no mesmo ano.
As ameaças cresceram 16,5% e foram o tipo de violência mais frequente em números absolutos, com 778, 9 mil casos registrados em 2023. No ano anterior, foram 668,3 mil. As vítimas de estupros passaram de 68,7 mil, em 2022, para 72,4 mil no ano passado. Um aumento de 5,3%.
Laço BrancoA campanha “Laço Branco” integra a mobilização “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher”. O 6 de dezembro, Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres, instituído pela Lei 11.489/2007, acompanha um movimento internacional.
Após um crime de violência contra mulheres no Canadá, em 6 de dezembro de 1989, um grupo de homens iniciou a “White Ribbon Campaign”. Através do “Laço Branco”, eles lembram que existem homens que cometem violência contra as mulheres, mas também homens que repudiam os crimes.