A Companhia A Barraca, reconhecida por sua trajetória de mais de 20 anos no cenário cultural, está no Chile para o 4º Festival de Cine de Mujeres Y Diversidades (Festmyd), em Valparaíso. Como destaque de sua participação, a companhia ministrou uma Oficina de Atuação para Cinema, na terça-feira, 19, voltada para as nuances e especificidades da interpretação cinematográfica, em contraste com a atuação teatral.
A oficina, que integra a programação oficial do festival, busca abordar as diferenças fundamentais entre os dois universos. Com uma abordagem inovadora e inclusiva, a oficina atraiu um público majoritariamente feminino, reforçando a proposta do festival de fomentar trocas culturais e promover o empoderamento feminino. Durante a imersão, atores e atrizes, amadores e profissionais, exploraram técnicas que misturam a essência teatral com a sensibilidade da atuação para a câmera.
Dentre as temáticas, a trupe tocantinense ministrou orientações sobre Construção do Personagem, explorando nuances emocionais e camadas de profundidade para a câmera; Técnicas de Expressão, sobre como adaptar movimentos e expressões teatrais ao enquadramento cinematográfico; e Prática com Roteiros Curtos, onde os participantes puderam atuar em cenas gravadas e analisadas em tempo real.
A Companhia trouxe ainda exemplos de sua própria experiência no Tocantins, destacando produções audiovisuais locais que ressoam com temas de identidade, diversidade e inclusão. “Foi uma oportunidade muito bacana de ampliar horizontes e compartilhar práticas que aprendemos ao longo dos anos. Ver essa troca multicultural é inspirador para todas nós envolvidas”, afirmou a organizadora do 4º Festmyd, Caro Astudillo.
Conexão
A atriz Claudia Pizarro viajou da cidade de Quilpué para ValParaíso, especialmente para participar da oficina e afirmou que a oportunidade superou as expectativas. “Uma oportunidade única, que se destacou não apenas pelo conteúdo técnico, mas pela conexão emocional e pela representatividade. Foi um intensivo com muitos compartilhamentos interessantes, desde a trajetória maravilhosa da Companhia às técnicas de atuação repassadas. Estou muito contente com o resultado”, avaliou.
A poeta, atriz e escritora Lou Montenegro também elogiou a capacitação da trupe tocantinense. “Elas nos conectaram desde as histórias e vivências do Brasil até a forma como nos fizeram interpretar Ariano Suassuna em espanhol. Já saio daqui com sede de conhecer muito mais sobre a literatura, cultura e audiovisual brasileiro”.
Único homem presente na turma de estudantes, Paolo Vallan Téllez possui uma companhia de teatro que pesquisa o teatro em diferentes linguagens pelo mundo e viajou quase 200 km para participar da atividade. “Valeu muito a pena a viagem, o intensivo e todo aprendizado. Saio daqui com a bagagem cheia de histórias e aprendizados para compartilhar com a minha Companhia”, expressou o artista.
A presidente da Companhia A Barraca, a produtora Cinthia Abreu, afirmou que a recepção calorosa em Valparaíso foi um sinal de que a linguagem do cinema e da diversidade não conhece fronteiras. “A gente veio para compartilhar um pouco do nosso conhecimento, mas saímos muito mais abastecidos com toda a troca de experiências e memórias aqui compartilhadas. Estamos encantadas e isso é prova de que a arte é um poderoso elo entre culturas, ampliando vozes e fortalecendo identidades”, relatou a artista.
Formação e protagonismo feminino
A oficina é parte da proposta da Companhia A Barraca de incentivar a equidade de gênero na sétima arte e de valorizar o protagonismo feminino no cinema e na cultura em geral. A delegação da companhia no Festmyd inclui o corpo da diretoria da Companhia A Barraca – Cinthia Abreu, Cleuda Milhomem, Magna Carneiro, Iva de Oliveira, Leidiane Martins, Sheyla Virgínio e Ana Kamila Castaño – e duas alunas selecionadas do projeto “Para Elas: Núcleo Experimental de Formação” — Tatiane Dias e Yara Virgínio.
O Festmyd, realizado de 19 a 22 de novembro em Valparaíso, celebra a diversidade e a força das vozes femininas no audiovisual, reunindo cineastas de todo o mundo em um ambiente inclusivo e acolhedor. A programação conta com exibições de filmes, workshops e discussões sobre os desafios e avanços na representatividade de gênero no cinema. (Da Assessoria)