*Por Roberto Jorge Sahium
Qualquer esbarrão na coincidência é pura semelhança, daí pra anverso a propositura pode desviar em juízo e escambar para pesca. Espia só!
– Brasília possui um dos remansos soberano, súpero e superno do Brasil, hipofisado pelo cruzamento de nuvens negras que vai de sudeste para noroeste.
Remansos moradia de Fidalgos Gigantes, espécies desenvolvidas do puro fenótipo$.

Tem um ditado popular que diz: “as curvas e remansos dos rios são locais propícios para que as tranquiras se encostem ou enrosquem, acumulando tranqueiras”.
De sorte que, tem alguns espécimes de Fidalgos Gigantes que solaparam os remansos e demudaram aquilo em locas aeternus. Só peixesnobres da aristocracias e burocratas nobres, em especial os Donatários da Democracia do Brasil.
Diferentemente do que apanhei no escorregado do pedral dos Fidalgos Nobres e Burocratas do Rio Voador, sapequei nas leituras da história do Tocantins. Pude ver que lá no ontonte, quando por cá reinava somente a natureza, aqui vinha sendo sondada e cobiçada.
Primeiro foram os franceses em 1.613, transgredindo a linha do Tratado de Tordesilhas, adentram nas terras de Portugal, com uma esquadra comandada pelo Fidalgo La Blanjartiez, arribaram atraídos pelo caminho que o majestoso Rio Tocantins oferecia para escarafunchar o interior do Brasil.
Depois de muitos meses navegando pelo rio o Fidalgo La Blanjartiez ancorou numa praia de areias alvas e puras, jusante a um pedral, hoje conhecido como Pedral de Itaguatins, caracterizado por afloramentos rochosos, que formam um ambiente com corredeiras e cachoeiras, local de grande importância para a biodiversidade, abrigando diversas espécies de peixes em especial o Fidalgo e a Caranha.
Neste estacionamento, dilataram vários dias em reparos nas embarcações, costurando e consertando vestimentas, e, maiormente do tempo, comendo e apropriando da simpatia e da alimentação dos índios Tupinambás que viviam na região. Comiam uma espécie de farinha de mandioca, óleo de coco babaçu, muitos peixes e caças, favorecidos pelos índios.
Entre os peixes mais apreciados pelos exploradores e os indígenas, inclusive consumido com segurança pelos curumins da aldeia, pela ausência de espinhas no filé e contínuo no cardápio, aí estava um bagre de carne delicada e clara, saborosa e de fácil trato.
La Blanjartiez indagou ao Morubixaba qual era o nome do bagre que ele – manger sur le pouce – comia bem. De pronto respondeu que se tratava de um peixe que come peixe, chamado de Mandiy. Contudo, daquele dia em diante, os nativos o apelidariam de Fidalgo, em homenagem ao comandante da expedição, pela sua cor clara, trejeitos suaves e corpo vigoroso, vestimenta de luxo, e pela sua comilança.
Em seguida, por volta de 1.625os portugueses expulsaram os franceses, e, subiram o Rio Tocantins, e foram apresentados para o Fidalgo, que logoem 1.840 o nosso Fidalgo fora batizado Ageneiosus brevifilis por outro francês, Achille Valenciennes, (1794/1865), zoólogo especialista em peixes.
De volta ao remanso mais afamado do Rio Voador, formado pelo pedral em rochas sabão, escorregadia e perigosa quinem notícias mentirosas, fabricadas sem fundamento na realidade, muitas vezes com o intuito de enganar ou manipular a opinião pública tem Cacique.
O Cacique! Aliás que manda nesta loca é um peixe de água salgada, alcunhada de Garoupa, cujo nome verdadeiro é Epinephelus Marginatus. Ele que ordena a piracema, as desovas e ainda, põe formações dos cardumes de fidalgos robustos, maioria nomeados para serem os guardiões da Tábua dos Nove Mandamentos das leis pesqueiras.
Voltando ao fidalgo verdadeiro, também denominado de Palmito ou Mandubé, que outrora fora considerado da família Auchenipteridae, mas agorareconhecido como sendo dafamília Ageneiosus, espécie A. brevifilis, peixe de corpo alto e um pouco comprimido, cabeça grande, larga e achatada, bocarra, apresenta olhos laterais e a abertura branquial pequena (características da família), de couro com coloração azul ao cinza, amarelado no flanco, clareando em direção ao ventre e forte aguilhão na nadadeira dorsal,
Os A. brevifilis é uma espécie de médio porte, alcança cerca de 50 cm de comprimento e podem chegar a 2,5 kg. Possui carne suave, muito apreciada como alimento e em algumas regiões é capturada durante o ano inteiro pelos ribeirinhos.
No período de piracema, tamanho mínimo para o abate é de 35 cm. Existem outras espécies do mesmo gênero, também conhecidas por pelos mesmos nomes vulgares, porem são menores, não detém significado nos meios dos pescadores e consumidores, quanto ao A. brevifilis.
Espécie ictiófagos, consome peixes inteiros e invertebrados (camarões e insetos), reproduz com desova total na enchente e pode ser encontrado nas Bacias Amazônica, Araguaia-Tocantins e Prata, onde vivem ao longo dos rios, nos remansos e corredeiras. Frequentemente habita o fundo dos leitos de rios de médio e grande porte com águas escuras e barrentas como a maioria dos bagres.
Tem importância comercial, é matula de subsistência dos ribeirinhos, expoente comprovado para pesca esportiva. Acredito que esse peixe tem crédito latente para piscicultura, e ser colocado na agenda positiva, e reproduzi-los, quem sabe, por meio de hipofização, alimentá-los com rações e maneja-los como a maioria dos bagres. Esta é a ideação. Bora ver!
*Roberto Jorge Sahium é Engenheiro Agrônomo, extensionista raiz e Imortal da Academia de Letras da Extensão Rural Brasileira, e da Academia Tocantinense do Agronegócio, encontra-se projetista agroambiental autônomo.