O mês de abril é marcado por eventos e campanhas em razão do Dia dos Povos Indígenas, celebrado em 19 de abril. No Instituto Federal do Tocantins (IFTO), são 59 estudantes, 42 egressos e dois servidores, por isso, a importância de destacar o papel da educação no que diz respeito à inclusão, permanência e formação dos povos originários.

“Os estudantes indígenas no IFTO podem contar com as políticas públicas já existentes na instituição e, em especial, aqueles que estão na graduação, podem concorrer às vagas que são destinadas ao Programa Bolsa Permanência. Além disso, a comemoração do ‘Abril Indígena’ pela nossa comunidade é um momento ímpar para o conhecimento sobre a cultura das populações originárias que compõe nosso estado. Também compõe-se como o reafirmar de nosso compromisso com a resistência que se desenvolve vinculada à educação”, destaca a responsável técnica pelo Setor de Atenção às Relações Étnico-Raciais, às Populações Originárias e Tradicionais e de Promoção das Ações Afirmativas (SARER), Regiane dos Santos.
Para o estudante Gabriel Javaé, o acesso pelo sistema de cotas, o respeito pelos professores e a participação em projetos da instituição são alguns dos pontos a serem destacados. Ele cursa o técnico em Agricultura integrado ao Ensino Médio no Campus Formoso do Araguaia e destaca também a importância de vivenciar seus ancestrais que lutaram pela educação e respeito dos povos indígenas.
“Penso que na prática os indígenas devem ser inseridos nas conversas cotidianas de seus municípios. Sempre haverá uma observação a ser somada. O conversar pode diminuir o preconceito, a discriminação. Seria bom que deixássemos de ser invisíveis. Também acho importante que o governo entenda que além das terras demarcadas nós precisamos de políticas de desenvolvimento. Hoje queremos conservar o que somos e o que temos somado ao que sonhamos. Acho justo igualdade de oportunidades”, enfatiza a egressa do curso técnico em Agricultura integrado ao Ensino Médio do Campus Formoso do Araguaia, Idjahiru Nawa Javaé Karajá.
Ainda sobre as celebrações do Abril Indígena, a estudante do curso técnico em Eventos integrado ao Ensino Médio do Campus Palmas, Wareti Sompré, ressalta que ” o que há para ser comemorado é a luta e resistência dos povos indígenas e minorias. Relembrando não só um passado de lutas, mas também um presente de persistência e vontade. Vontade para evoluir cada vez mais, não deixando que o preconceito ou o racismo seja um empecilho. No meu caso, persistir e perseverar nos estudos”. Sobre a educação, ela reforça que o incentivo como estudante sem diferença dos outros alunos no IFTO é um dos fatores que contribuem para sua permanência e êxito na instituição.
Atuação dos NEABIs
No âmbito do IFTO, os Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABIs) atuam de forma integrada às ações pedagógicas, de pesquisa e extensão, promovendo debates, formações, eventos culturais e projetos que abordam as questões étnico-raciais. Esses núcleos incentivam a inclusão de conteúdos sobre as culturas afro-brasileira e indígena nos currículos, colaboram com a implementação de políticas de igualdade racial e desenvolvem atividades em parceria com comunidades tradicionais, quilombolas e indígenas do Tocantins. A atuação dos NEABIs fortalece o compromisso do IFTO com a educação antirracista, a valorização da diversidade e o respeito aos direitos humanos.
Bolsa Permanência
O Programa de Bolsa Permanência (PBP) é uma iniciativa do Governo Federal que oferece auxílio em dinheiro para estudantes indígenas e quilombolas que estão cursando graduação em instituições federais. O objetivo é auxiliar esses estudantes a continuarem seus estudos, diminuindo as desigualdades e facilitando o acesso ao ensino superior. O valor da bolsa é depositado direto para o estudante, por meio de um cartão. Para saber mais sobre o programa no âmbito do IFTO, confira o Edital nº 26/2024, que trata da seleção em fluxo contínuo. (Por Maiara Sobral)