Início Política Vicentinho Júnior: “Eu não sou nem meio aliado nem meio oposicionista”

Vicentinho Júnior: “Eu não sou nem meio aliado nem meio oposicionista”

O deputado federal Vicentinho Jr. recebeu a equipe de O Jornal em seu escritório político em Palmas

0
Deputado Vicentinho Júnior falou com exclusividade à equipe de O Jornal

O deputado federal Vicentinho Jr. recebeu a equipe de O Jornal em seu escritório político em Palmas para uma conversa descontraída e sincera. Sem a formalidade de uma entrevista, mas com a seriedade que sempre pautou sua vida pública, Vicentinho Jr. relembrou encontros festivos em Natividade, sua infância, sua juventude e o que o motivou a entrar na vida pública.

Como não poderia ser diferente, a política norteou a conversa e o atual posicionamento político de Vicentinho Jr. foi o ponto inicial. Afinal, as últimas postagens em suas redes sociais vêm demonstrando que da inquietude e do desconforto surgiu uma decisão que joga uma nova luz sobre o tabuleiro sucessório de 2026.

Vicentinho Jr. não poupou palavras e a conversa foi tão esclarecedora, que vamos relatá-la em duas etapas. A primeira você acompanha a partir de agora.

Afastamento do Palácio Araguaia

Perguntado se estaria se afastando do grupo palaciano, Vicentinho Jr. foi claro e objetivo: “eu não sou nem meio aliado nem meio adversário. Essa pergunta sobre afastamento deveria ser feita ao governador Wanderlei Barbosa. Nosso governador, eleito no pleito de 2022, pra tomar posse do mandato foi por conta de um processo de afastamento do Mauro Carlesse, a quem passei três anos e oito meses na oposição. E as nossas denúncias materializaram o relatório da Polícia Federal, no qual somos citados algumas vezes e que resultou na decisão do ministro Mauro Campbell. Esse sucesso, quem inventou, o fez muito grande, para que fosse compartilhado, não individualizado”.

E completou, ressaltando o empenho de muitos em benefício de um projeto: “é fato que o governador alcançou sua reeleição em 2022 com uma votação significativa, mas que foi resultado da convergência de forças de muitos líderes políticos de vários partidos, inclusive eu e o meu partido. Aquela vitória bonita de 2022 não pertence exclusivamente ao governador e, sim, a um conjunto de histórias que foram a ele emprestadas. A partir daí, eu busquei ser o mais correto, o mais decente e o mais resolutivo companheiro do governo”.

Recursos

Vicentinho Jr. também enfatizou o apoio, até aqui, ao Governo do Estado e aos municípios, destacando algumas ações que fizeram a diferença: “eu fui o parlamentar que mais direcionou recursos para a área da Saúde, assim como nas políticas públicas ao produtor rural, via Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar). Eu o ajudei a destravar Orçamento para obras importantes como a TO-020, e a ligação entre Pindorama e Silvanópolis. Nós também o ajudamos a construir diversas vitórias nas eleições municipais, de filiados ao partido Republicanos, que é a base que o sustenta no interior do Estado, colocando o nosso partido, o PP, à disposição. Vitórias essas das quais eu participei diretamente de 25 vitórias diretas dos Republicanos, tendo o vice-prefeito do PP nessas chapas”, ressaltou.

Rompimento

Segundo o deputado federal, muitas pessoas o questionam sobre os motivos que levaram o governador a deixar essa aliança entre os dois chegar a um visível rompimento: “as pessoas me perguntam se o governador rompeu conosco por conta do nosso apoio ao Eduardo Siqueira Campos no segundo turno da eleição na Capital.  Eu não quero crer que tenha sido por isso, porque se ele me avalia por Palmas, eu sou obrigado a avalia-lo por Araguaína, por Porto Nacional, por Gurupi, em que, no meio do caminho, alguém deu um cavalo de pau em nosso grupo e foi apoiar o outro candidato, eu fiquei com o nosso grupo até o final, porque sou escravo da minha palavra dada. Então, eu acho que essa pergunta sobre rompimento deve ser feita ao governador, e não a mim”.

Respeito

Um comentário sobre o slogan da campanha de 2022, cujo cartaz decora a sala de reuniões do seu escritório político, onde se lê “onde cabe respeito, cabe todo mundo”, Vicentinho Jr. também não mediu palavras: “não confundam o meu jeito se ser. Eu sou um homem respeitoso com todos, sempre com um tom de voz baixo, mas não tenho medo de esturro de onça, de pressão ou de recado mal dado. Eu tenho o jeito do Comandante Vicentão e a bravura da Vó Naná. Eu boto o respeito como minha forma de fazer política, mas quando o Tocantins precisou de alguém para enfrentar Marcelo Miranda, achou o deputado Vicentinho Jr. Eu perdi uma eleição pra ele e fui oposição durante os quatro anos. Perdi uma eleição pro Mauro Carlesse e fui oposição durante três anos e oito meses, até que ele foi cassado e afastado.  Com o Wanderlei, eu construí a vitória dele, e eu parto do princípio de que quem constrói uma casa tem, no mínimo, o direito de viver dentro dela. Eu não aceito nada menos que isso. Nem que me joguem uma rede nos peitos e falem pra eu ir dormir debaixo dos pés de manga, porque nessa casa, hoje, eu boto ‘amores novos’. Não! Se é pra ser assim, eu prefiro sair dessa casa e ir construir outra casa. Eu não discuto efeito, eu não discuto cargo, eu sou um homem completamente desapaixonado por cargos políticos. Vou fazer oito anos de mandato sem nenhuma indicação política nos governos que passaram”, enfatizou.

Política de bom senso

O parlamentar deu exemplos de que age com bom senso, de acordo com as necessidades do povo tocantinense: “eu discuto projeto político. Quando dá errado, eu fico na oposição. Quando dá certo, como foi com o Wanderlei, eu acho justa a participação do meu partido, das pessoas ligadas ao meu mandato, que ajudaram na vitória do Wanderlei, então há perguntas que devem ser feitas ao detentor da caneta. Foi ele quem nomeou, foi ele quem exonerou. Ele é quem tem que dar satisfação. Eu, não. Eu sou o mesmo Vicentinho Jr. Esta semana, eu convidei o secretário Beto Lima, da Indústria e Comércio, para irmos à Brasília, para, com o ministro (da Economia) Haddad, receber o anúncio do Pronampe Solidário (Pronampe Solidário é um programa de crédito do Governo Federal, criado com foco em micro e pequenas empresas do Rio Grande do Sul, afetado pelas enchentes, e aplicado em outros estados vitimados por catástrofes naturais, proporcionando condições especiais como juros abaixo da inflação, carência e prazo para pagamento, com subsídio de 40%.), uma ideia nossa, a ser aplicada nos sete municípios tocantinenses afetados pela queda da ponte  JK em Aguiarnópolis, assim como nos municípios maranhenses. Então, eu não sou meio aliado nem meio adversário. Eu faço uma política de bom senso”, pontuou.

Novo projeto político

E, para quem tem alguma dúvida quanto ao posicionamento político de Vicentinho Jr., ele mesmo deu a dica: “estou apenas aguardando o governador verbalizar como ele, de fato, me vê. Como amigo por inteiro, como sempre fui quando ele precisou de mim, ou se como adversário. É um direito dele essa decisão, assim como é um direito meu tomar as minhas decisões. Já está posto que sou candidato ao Senado em 2026, graças a Deus, com o apoio do prefeito da Capital, Eduardo Siqueira Campos. Ninguém colhe um fruto sem plantar a semente. E eu adoro semear. Essa pré-campanha pro Senado Federal, é algo que venho semeando desde 2014, não é algo que eu tirei da minha cabeça ontem, ao acordar. Eu preservo a história valiosa que herdei do meu querido avô, comandante Vicentão, que foi usufruída por meu pai, Vicente Alves e essa herança me foi passada em vida e, a partir de 2014 eu imprimi minha própria identidade na história política, quando fui o 4º mais votado do Estado. Na minha segunda eleição fui o 3º mais votado e, na última, fui o 2º mais votado. Dizem que é normal os políticos decaírem nas suas votações, no crédito com o eleitor e, muito me honra isso, eu venho mantendo esse viés de alta. Então a minha candidatura ao Senado é a consonância disso tudo que já foi construído, com trabalho prestado. Eu não sou um político temporão, que só aparece nas bases em época de eleição. ‘Bateu o pandeiro’ eu encosto, seja pra levar um recurso, pra entregar um benefício, pra anunciar a mudança de uma realidade. Eu sou um político de direita, mas nem por isso esqueci, em meus mandatos, das minorias. Levei eletrificação rural para comunidades quilombolas, entreguei maquinário em todas as oito etnias indígenas do Estado. Sou filho de Porto Nacional, Capital da Cultura, mas revitalizei o aeroporto de Araguaína, a Capital Econômica, e coloquei 49 milhões de reais lá, para que a volta dos voos comerciais na cidade pudesse, pelo menos, voltar a ser discutida.  A ponte de Xambioá, a travessia urbana de Formoso do Araguaia, a BR-235 em Pedro Afonso e região, as BRs 0101 e 242 são marcas do nosso trabalho na região Sudeste. Então, eu cuidei desde obras estruturantes até o atendimento às minorias do nosso Estado. Nós temos que viver o Tocantins de hoje, mas vendo os potenciais para o amanhã. Nossos momentos de glória estão no retrovisor. Eu quero planejar o Tocantins de amanhã, para as pessoas que nascerem aqui ou que venham para cá. Esse é o desejo deste tocantino nascido em Porto Nacional e que não é um personagem político, criado para uma eleição específica. Sou um cidadão que procura praticar o certo e errar o menos possível”, finalizou.

SEM COMENTÁRIOS

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Sair da versão mobile