
Em entrevista ao SBT Tocantins, essa semana, o ex-governador Mauro Carlesse se disse vítima de perseguição política e que planeja percorrer os 139 municípios do Estado para “contar a sua versão da história” que o teria levado a ser afastado do governo e depois preso pela Polícia Federal por uma suposta tentativa de fuga do país.
Logo quando foi solto pela Justiça Carlesse deu uma entrevista aos jornalistas que acompanharam sua soltura, em que se disse inocente quanto à tentativa de fuga, e prometeu “ir atrás de quem o estava perseguindo politicamente”.
Em recente entrevista ao jornalista Luiz Armando Costa, Carlesse soltou o verbo, principalmente quando apontou o então presidente da Assembleia Legislativa e, hoje, deputado federal, Toinho Andrade, (Republicanos), a quem responsabiliza por uma suposta articulação política que resultou em seu afastamento e na tentativa de impeachment. Carlesse disse com todas as letras que Andrade foi “o verdadeiro traidor” em meio à crise política que culminou com sua renúncia ao cargo.
O ex-governador afirmou que, antes de seu afastamento, teve uma reunião com Andrade, onde pediu que aguardasse a apresentação formal das acusações antes de tomar qualquer decisão. No entanto, segundo ele, o deputado não apenas ignorou seu pedido como também impulsionou o pedido de impeachment. “Esse sim foi o traidor. Duas vezes eu o apoiei para a presidência da Assembleia, e no momento em que eu mais precisava, ele virou as costas e puxou o tapete. Se ele quiser me processar, que processe, mas a verdade precisa ser dita”, desabafou Carlesse.
“Vou desmentir”
Agora que Carlesse apontou para quem eram as palavras proferidas na entrevista que deu quando foi solto, o deputado federal Vicentinho Júnior, autor das denúncias que culminaram com a destituição de Carlesse do cargo de governador, usou a tribuna da Câmara Federal para responder às palavras ameaçadoras de Carlesse.
Vicentinho Júnior. afirmou que, na entrevista, Carlesse se coloca como um injustiçado, um perseguido, mas que, na verdade, quem perseguiu Carlesse foram a Polícia Federal, a Polícia Civil, o Supremo Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal.
Segundo o parlamentar, o deputado federal Toinho Andrade “nada mais fez que cumprir seu dever constitucional, e que ele não foi deputado federal, presidente da Assembleia Legislativa e é, hoje, deputado federal para blindar o mal feito, muito pelo contrário. Era dever de Toinho Andrade fiscalizar os atos do governo e seguir o rito do Legislativo que é imposto àquela cadeira de presidente do Legislativo. Me solidarizo à sua história e ao seu mandato”.
E Vicentinho Júnior terminou seu pronunciamento afirmando que, se Carlesse disse na entrevista que vai percorrer os 139 municípios do Tocantins para contar a sua história “onde ele estiver este deputado federal vai estar para relembrar os fatos que me fizeram subir à esta tribuna para fazer as denúncias que levaram à sua cassação”.