O Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado do Tocantins (Sintet), através da Regional de Palmas, manifestou publicamente repúdio à agressão verbal sofrida pela professora Kátia Rodrigues Aquino de Jesus, lotada na Escola Municipal Lúcia Sales Pereira Ramos, localizada no setor Taquari, região Sul da capital. O episódio, registrado em boletim de ocorrência na Delegacia da Mulher, expõe uma grave situação de desrespeito no ambiente escolar, envolvendo o diretor da unidade.
Segundo relato da professora, a agressão ocorreu após um comentário feito em tom de brincadeira a um colega, questionando se o diretor ainda trabalhava na escola, já que não era visto há dias. Dois dias após o comentário, ao procurar o gestor para tratar de questões da rotina escolar, a professora foi surpreendida por ofensas verbais. Na ocasião, o diretor teria dito: “Não tenho nada para resolver com essa professora que vive fazendo fofoca pelos corredores da escola. Você é uma VAGABUNDA e uma MOLECA!”
A cena foi testemunhada por outros docentes, e uma colega chegou a intervir em defesa da professora. Posteriormente, o diretor chamou a servidora à direção da escola, onde registrou uma ocorrência interna por meio de uma ata. De acordo com a vítima, ela estava emocionalmente abalada e não conseguiu se defender no momento.
Nos dias seguintes, conforme o relato da professora, o diretor manteve uma postura de intimidação com frases como: “Se não está satisfeita, procure outra escola”; “Se ficar causando problemas, vou te transferir para Buritirana” e “As coisas vão continuar do jeito dele, pois ele é quem manda”.
As atitudes do gestor, além da agressão verbal testemunhada, indicam a possibilidade de assédio moral e violência de gênero, tendo em vista que a vítima é mulher e o agressor, um homem, ocupa cargo de chefia.
A professora, que possui diagnósticos de fibromialgia e psoríase, relatou agravamento de seu estado de saúde física e emocional após o episódio, necessitando de medicação para dormir.
Diante dos fatos, o Sintet encaminhou ofício à Secretaria Municipal de Educação, nesta quinta-feira, 12, cobrando providências imediatas e rigorosa apuração do caso. O sindicato também colocou sua assessoria jurídica à disposição da professora, que tomará as medidas cabíveis para responsabilizar o diretor e o Município de Palmas.
“O Sintet reafirma seu compromisso inegociável com a defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras da educação. Lutando por uma gestão escolar democrática, repudiamos veementemente qualquer forma de violência física, psicológica ou de gênero, bem como qualquer discriminação e perseguição no ambiente escolar. Prestamos total solidariedade e suporte à professora Kátia Rodrigues Aquino de Jesus e exigimos uma gestão escolar verdadeiramente democrática em Palmas”, afirmou o presidente do sindicato na regional de Palmas, Fábio Lopes.
O sindicato reforça que não tolerará desrespeito, assédio ou violência nas escolas e continuará vigilante na luta por justiça, respeito e dignidade para toda a comunidade escolar.