*Por Roberto Jorge Saihum
Tem gado vermelho e azul, neste treeiro garantindo e caprichando no Amazonas.
Bumbá-meu-boi multicolorido rodopiando nos terreiros acolá no Maranhão.
No Pará, o dançaredo sê a encargo do boi-bumbá, com cores laranja, preta e vermelha.
Aqui no Tocantins o boi-bumbá é verde.
Boi verde, tem festança realizada em milhares de campos nativos e mansos, ritmados pela vaqueirama ao som de Viola Caipira, Catira, Sússia ou Suça de Natividade e até mesmo pelo foguetório da Folia de Santos Reis. O acústico fica por meio dos tambores de barro do Tocantins, artesanados com argilas das ricas várzeas de terras raras do Tocantins. Os couros são acudidos pelas tapiras das chapadas de Lizarda e Centenário. Território que a princípio receberam os currais novos, pois aqui na época não tinha os Donatários do Rei e nem terra com título paroquial.
Chapadas dos gerais, torrão de chão, região cabeceira que deu arribação aos bois Curraleiros Pés-duros, raça bovina brasileira, rústica e distinta pela qualidade da sua carne, couro grosso e rijo, de onde caminha a matéria-prima que não esmorece com afinações, amacia do repique de mão, repique de anel e até repinique para não perder o ritmo.
No pique das passarelas dos dias de hoje, desfilam celebridades com salubridades de bumbuns fartos e peitos largos, tetas saudáveis sem silicone, olhos brilhantes e vistosos e pernas torneadas e compridas de matar de inveja qualquer top model do American’s Next. Além do mais, algumas boiadas tem até saídas USB nas orelhas, visão noturna, tração nas quatro, motor que consome biocombustíveis renováveis derivados de biomassa, ou seja, de recursos naturais vegetais ou seus resíduos, os únicos capazes de absorverem gás carbônico (CO2) da atmosfera e água (H2O) do solo, pelo artifício fotossintético ainda fabricar leite e carne, e no repique estas formosuras de bovídeas-verdes são gritadas em leilões virtuais e presenciais: “doli uma…. doli dez … e vendido”, acerca de mais de 140 países.
Taí a cara do Tocantins para o mundo, que além do nosso boi ser verde é reconhecido nacionalmente como livre de febre aftosa sem vacinação. Status conseguido de “anos a fio” por meio das autoridades da vigilância sanitária e principalmente de muita dedicação e trabalho do produtor rural, que cumpriram os critérios do Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa da Organização Mundial da Saúde Animal-OMSA e do Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil (MAPA).
De modo que, desde sempre, o roçado e o mangueirão purificam a alma da economia tocantinense. As boiadas outrora conduzidas nos estradões de meu Deus pelos comissários de boiadas aos sons dos berranteiros, agora pelos comissários business são acarretadas para produzirem os financeiros que dá ademão na vida ao nosso povo, incluindo nessa aritmética a conta dos altos PIB per capita e o IDH dos Donatários da Praça dos Girassóis e arredores.
Porém os Titãs do mundoe Jurupari (Deus da escuridão e do mal) daqui, vira e mexe e mexe e vira, com narrativas de que, “a massa mantém a marca, a marca mantém a mídia e a mídia controla a massa”, querem por querem nosso Oxigênio, para eles continuarem defecando Carbono fóssil na atmosfera e ainda arribar nos nossos lombos sem baixeiro e areio, mas as rédeas é de +, inclusive almejam colocar El Niño e La Niña de castigo para não comicharem o aquecimento global.
Os Donatários Calados, comendo mamona torrada e arrotando azeitona, de forma que as suas
flatulências e incongruências viraram implicância com aqueles que pagam seus salários e penduricalhos.
Espia só! 50% das terras do sertão do Estado do Tocantins encontram-se contingenciadas, para abrandarem os efeitos estufas. Pela importância do mérito isto é justiçoso e correto em conformidade com as regras, que se adequa às circunstâncias das necessidades de toda a população do Tocantins.
Todavia e toda vida o balanço de GEE do Tocantins tem superavit, adjutório pra aqueles que não abdicam de costumes consumistas, que geram montões de lixos, esparramam CO2 por onde passam com suas possantes viaturas de mais de 200 cavalos vapor, mas vira e mexe e mexe e vira querem nos colocar regras, onde existem regras constitucionais.
Entretanto mexemos mais, a cadeia produtiva da carne bovina, que amostra sua evolução, caminhando na devoção do credo da genética, com fenótipos de astros e estrelas afeiçoados, batizados, com nutrientes composto de 95% carbono, oxigênio e água, e crismados por 5% de minerais e vitaminas.
Tem gente que gosta de chamar isso de sequestro de carbono.
Nesta poesia e cantoria de roceiro trilhando em trieiro da sustentabilidade do princípio até hoje, a nossa boiada cresceu muito, todavia uma pulga atras das orelhas, alerta, estamos perdendo aproximadamente mais de 2 milhões de toneladas de carne por ano, por conta das capoeiras, cupinzeiros, enxurradas, erosões e voçorocas. querendo ou não, vamos acabar com o gerúndio.
Então! Bora buscar os órgãos competentes como a Secretaria da Agricultura e Pecuária do Estado do Tocantins, o Instituto de Desenvolvimento Rural do Estado do Tocantins-RURALTINS e o SENAR-TO para ajudarem os roceiros com projetos e recursos para implantarem nas suas propriedades “o Programa de Agricultura de Baixo Emissão de Carbono-ABC”, e com isso dar as caras que a solução não vem de fora pra dentro e sim de dentro pra fora. Só precisamos atenuar as presunções dos Donatários, que vêm atrapalhando sem mais e nem porquê. Precisamos juntar todos num objetivo, no treeiro do Tocantins Sustentável: caminho verde, e reforçar nossa aptidão agropecuária, robustecendo a pecuária para aumentarmos fornecimento de carne bovina para o mundo.
Afirmar, que icterícia de inveja de fora, e com icterícia dos abençoados de dentro, nóis roceiros sempre receitamos o chá bendito: 3 folhas de goiabeira, para trancar a icterícia; 3 folhas de boldo, para melhorar o funcionamento do fígado, aliviar azia e ajudar na digestão para emitir menos GEE; e 3 folhas de picão preto, para tratamento dos nervos. Tudo fervidos em um litro de água, esfriar e tomar em 3 porções iguais durante um dia. Repetir por sete dias. No entanto é bom considerar que milagres estes chás não bancam. E assim: NOSSO BOI-BUMBÁ É VERDE e o Estado do Tocantins vai continuar no caminho da sustentabilidade.
*Roberto Jorge Sahium é Engenheiro Agrônomo, extensionista raiz e Imortal da Academia de Letras da Extensão Rural Brasileira, e da Academia Tocantinense do Agronegócio, encontra-se projetista agroambiental autônomo.