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Exclusiva: “Muito futebol e pouca mídia”: como está o trabalho da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Empreendedorismo de Palmas

Em uma conversa descontraída e muito à vontade, o secretário afirmou que seu modo de trabalhar é esse, calcado em um trabalho sem alarde, mas de muito resultado

Em entrevista exclusiva concedida a O Jornal, o secretário de Desenvolvimento Econômico e Empreendedorismo de Palmas, Henrique Balcewicz Nesello, revelou como estão os trabalhos da Pasta, responsável por boa parte dos compromissos de campanha do prefeito Eduardo Siqueira Campos, e que vem realizando projetos e obras desde o primeiro dia de trabalho.

Em uma conversa descontraída e muito à vontade, o secretário afirmou que seu modo de trabalhar é esse, calcado em um trabalho sem alarde, mas de muito resultado.

Henrique Nesllo explicou que irá basear a ação da Secretaria como se fosse a construção de uma casa: “primeiro estamos cuidando do alicerce de todo desenvolvimento econômico, que é a atração de indústrias, empresas e investidores. Essa atração se faz por meio dos incentivos fiscais. E os incentivos fiscais do Estado do Tocantins são muito bons, seja pela localização geográfica, seja pelas condições de logística, mas existe um ditado no meio empresarial que diz que ‘o estado atrai e os municípios espantam as empresas’. Então foi uma determinação, mais que um pedido do prefeito Eduardo Siqueira Campos, para que a gente dê segurança jurídica às empresas, desburocratize e agilize a instalação de empresas, para que, pelo menos Palmas, não espante empresas e investidores que queiram se instalar aqui. Ou seja, iremos fazer a atração e, o mais importante, a retenção dessas empresas. As empresas grandes precisam ser atraídas e as pequenas empresas precisam ser acolhidas pelo município. Cada um tem que contar com o ambiente que elas precisam”, pontuou.

Segundo Henrique Nesello, o prefeito lhe passou a missão de promover o desenvolvimento econômico de Palmas e, para isso, foi necessário que se entendesse a real situação do município, e foi preciso recomeçar do zero: “a gente começou desde a questão de entender como estava a adequação à legislação, como estão nossos distritos industriais, a questão do arcabouço jurídico e burocrático, para a gente conseguir dar previsibilidade à empresa”, explicou.

E a necessidade de se conhecer o cenário, segundo o secretário, veio já na primeira semana de trabalho: “nós recebemos uma comitiva de uma empresa que queria saber quanto tempo levaria para conseguir ter um CNPJ, ter a área liberada e estar regularizada na prefeitura, após adquirir uma área na TO-050. Então, é isso que as empresas precisam para se sentirem acolhidas. Se são 15 dias, são 15 dias. Se é um mês, tem que ser um mês. Se é um ano, é um ano, mas o prazo precisa ser cumprido por nós. Então, estamos trabalhando nisso. Na regularização fundiária dos distritos. Inclusive, eu já estive na Casa Civil trabalhando no decreto do Reurb, na regulamentação. Temos que fazer a comissão funcionar para dar segurança jurídica às empresas, de uma forma que seja justa para com elas tanto quanto para o município. Dessa maneira, queremos acolher as empresas que já estão aqui e proporcionar que sejam impulsionados para crescer e para que se consiga receber essas novas empresas com segurança jurídica. E isso vale também para os microempresários que estão no Camelódromo, no Rodoshop, na estação, que precisam ser acolhidos e apoiados. Precisamos olhar para todas as faixas da atividade econômica, para que todos sejam apoiadas de forma igualitária, para que o nosso município possa crescer como precisa crescer”.

Feiras e o Mercado Municipal

Perguntado sobre o projeto de transformação da feira da 304 Sul em mercado municipal, o secretário informou que apesar de ser uma ação que já está em andamento, inclusive com orçamento, ainda é necessário que a comissão instituída para levar o projeto adiante tenha tempo para estabelecer o melhor caminho: “todas as feiras precisam de reformas e investimentos. Nós temos, hoje, mais de 1.500 feirantes em todas as nossas feiras. A questão do mercado municipal, nós precisamos garantir segurança jurídica para quem está lá dentro, é preciso que se dê uma infraestrutura digna para o usuário e para o microempresário que está na feira. A gente precisa entender, também, que a feira é uma questão cultural de Palmas. As famílias palmenses gostam de ir à feira para momentos de lazer e de acesso a produtos frescos e saudáveis e se nós não proporcionarmos uma experiência melhor de consumo, essa cultura irá enfraquecer, e não podemos deixar que isso aconteça. Nós precisamos fazer com que essas feiras sejam alavancadas e se tornem ecossistemas de negócios que sejam bons para todos”.

Avenida Tocantins e Áreas de Comércio Popular

Nosso entendimento é de que a solução para os problemas de cada área de comércio está nos comerciantes“, afirma Nesello

Quando colocada a questão da Avenida Tocantins, em Taquaralto, o secretário de Desenvolvimento Econômico e Empreendedorismo de Palmas iniciou a resposta com uma correção contundente: “a Avenida Tocantins não é um problema, é uma oportunidade”.

A Avenida Tocantins é frequentemente referida como a principal artéria comercial da região Sul de Palmas, e uma das mais movimentadas da cidade, com grande influência no comércio local. Apesar disso, vem sendo negligenciada pelas administrações municipais, apresentando uma demanda constante por estacionamento, acesso aos lojistas, limpeza e trânsito de pedestres. Assim como na questão das feiras, também foi instituída uma comissão para tratar da questão da Avenida Tocantins: “eu não estou aqui para julgar o que foi feito de certo ou de errado ao longo dos anos. O que eu tenho é uma determinação do prefeito Eduardo Siqueira Campos para que toda e qualquer iniciativa que tenhamos que tomar, primeiro temos que ouvir quem está lá, na Avenida, no dia a dia. E já realizamos quatro reuniões com os lojistas e a primeira questão levantada foi a social, tanto que a primeira providência a ser tomada é a instalação de um posto da Guarda Metropolitana lá na Arca. Nosso entendimento é de que a solução para os problemas de cada área de comércio está nos comerciantes. São eles que sabem das dores e das necessidades, e é conversando com eles que vamos definir as ações. Todas as estações já foram visitadas por nós, o Rodoshopping, a Praia das Arnos… em todos esses lugares nós estivemos para entender o ponto de vista dos empresários. Essa é a orientação do prefeito: vão lá, ouçam, entendam, apresentem uma primeira solução, debatam, se não estiver boa, façam de novo, até que se resolva o problema. Nós não vamos trabalhar com paliativos e, sim, com soluções”, pontuou.

REURB

Segundo Henrique Nesello, o Reurb é um dos principais projetos em desenvolvimento na sua Pasta: “não tem como a gente pensar em investimentos se não tivermos condições de proporcionar desenvolvimento para quem já está aqui. Com o Reurb, nós vamos trabalhar de maneira firme para regularizar todos os empresários que estão dentro dos imóveis e que não têm o título de propriedade, para alavancar seus negócios. A comissão do Reurb está muito alinhada. Não soltamos nenhuma notícia, ainda, porque se soltássemos não conseguiríamos atender à demanda como ela deve ser atendida. Eu prefiro esperar uma semana a mais para fazer da maneira certa, e ganhar meses de trabalho, lá na frente, por não ter que refazer alguma coisa.  Nosso time do Banco do Povo, liderado pelo superintendente Edvan Damaso, está avançando muito na restruturação do arcabouço jurídico, o comitê de crédito, o microcrédito orientado, restabelecer o convênio com o Sebrae para apoiar o empreendedor no pré-credito e no pós-crédito, garantir que o dinheiro emprestado seja aplicado no que tem que ser aplicado. Nós estamos avançando, também, no que foi plataforma na campanha do nosso prefeito, que é fornecer planos de negócios para os MEIs que forem abertos pela Casa do Empreendedor. A nossa expectativa é de que consigamos fornecer planos de negócios a grande parte dessas empresas. Também estamos avançando na questão do CIDEP – Conselho de Inovação do Desenvolvimento Econômico de Palmas – onde já estive reunido diversas vezes com o Bruno Martins, que é o presidente, pra que a entidade consiga desempenhar o seu papel social que é inovar e desenvolver, economicamente, o município. Nós precisamos definir e estruturar a pauta desse conselho pra direcionar os trabalhos e, acima de tudo, sensibilizar os membros de instituições da cidade acerca das oportunidades, pois eu vejo problemas como oportunidades, e o município está crescendo muito. Se a gente ajustar as oportunidades, Palmas vai crescer ainda mais. As obras que o CIDEP vai executar serão perenes, como a reforma da estação Apinajé, da Feira da 307 Norte, e esses são apenas alguns dos projetos que estamos discutindo lá dentro, e serão muitos os que levaremos pra pauta de discussão. Projetos que vão inovar e desenvolver Palmas. Afinal, o dinheiro do Fundo está ali pra isso, para desenvolver economicamente o município. A primeira reunião do Conselho será este mês, o prefeito vai participar – e quando ele está presente, ele é o presidente de honra do CIDEP – vamos abrir os trabalhos e nossa expectativa já é de aprovar alguns projetos nessa primeira reunião.  Todos já foram debatidos, os membros já estão sensibilizados. Não queremos per tempo, pois o tempo é muito caro e a cidade vive uma expectativa grande com essa gestão. Por isso estamos todos colocando a cara a tapa e fazendo com que as coisas andem, como exigiu o prefeito. Eu, pessoalmente, tenho o compromisso e um desejo muito grande de que, quando essas propostas forem levadas a público, elas sejam executadas, que não se perca tem, que sejam aprovadas e que consigamos avançar logo.  Nossa pasta é o contrário do ditado esportivo de que é ‘muita mídia e pouco futebol’. Aqui tem muito futebol e pouca mídia”.

Viagem à Brasília

Por determinação do prefeito, o secretário Henrique Nesello esteve em Brasília, onde se reuniu com  a bancada federal do Tocantins para apresentar projetos e discutir com os parlamentares a visão deles a respeito dessa nova proposta de desenvolvimento de Palmas e como podem contribuir: “só para reformar as feiras precisamos de mais de 20 milhões de reais, mais outro valor para a implantação do Mercado Municipal, e precisamos saber qual o posicionamento deles a respeito disso, além de outros projetos como a Arca de Taquaralto, que o prefeito vai dar a Ordem de Serviço, provavelmente, nas próximas semanas e a gente quer atender ao máximo a demanda dos comerciantes de lá. São muitos projetos, precisamos de muitos recursos, mas temos a expectativa real de conseguir fazer o nosso máximo e atender às necessidades do nosso setor”, finalizou.

Dessa viagem à Brasília, o secretário já trouxe uma notícia concreta, que foi um convênio firmado com o Ministério do Trabalho, para reativar e reestruturar o Sine de Palmas, que passará a se chamar Casa do Trabalhador, oferecendo serviços como intermediação de mão de obra, habilitação ao seguro-desemprego, emissão de carteira de trabalho, programa de concessão ao microcrédito, ações de apoio à geração de emprego, trabalho e renda, e atendimento ao trabalhador em geral.

Perfil

Henrique Nesello nasceu em Toledo, Paraná, e mudou-se para Palmas em 2003 com sua família. Empresário e atual secretário de Desenvolvimento Econômico e Empreendedorismo de Palmas, é casado e pai de dois filhos.

Sócio da Mix Alimentos, uma das principais distribuidoras de alimentos do Norte do Brasil, lidera a empresa com foco em inovação, eficiência e crescimento sustentável. Como secretário, trabalha para fortalecer o ambiente de negócios da capital, impulsionando investimentos e o desenvolvimento econômico.

Com ampla experiência em gestão e governança corporativa, Henrique é reconhecido por sua visão estratégica e compromisso com o crescimento empresarial e regional.

Ele é presidente da Associação de Distribuidores e Atacadistas do Tocantins-ADAT e teve apoio também das entidades do setor.

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