O terreno de 724 hectares, pertencente à Fazenda Sinuelo, será oficialmente transformado em um projeto de assentamento
Publicado em: 19/04/2024 14:29:00
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Foto: Divulgação - A área abrigará 58 famílias do MST
Na última terça-feira, 16, um marco na luta pela
reforma agrária foi alcançado com a publicação da portaria de criação do
assentamento Olga Benário, localizado no município de Tabocão, no Tocantins. A
área, que abrigará 58 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
(MST), organização membro da Coalizão Vozes do Tocantins, representa o desfecho
de uma batalha de quase 11 anos pela posse da terra.
O
terreno de 724 hectares, pertencente à Fazenda Sinuelo, será oficialmente
transformado em um projeto de assentamento, proporcionando moradia e sustento
para dezenas de famílias da região. Essa conquista marca uma mudança
significativa para os agricultores, que enfrentaram dificuldades e perseguições
ao longo dos anos, inclusive através de uma ação judicial movida pelo
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), sob suspeita de
motivações políticas por parte dos ruralistas quando ainda estavam acampados às
margens da BR 153.
Antônio
Marcos, coordenador do Movimento Sem Terra no Tocantins - MST/TO, destaca o
significado histórico da garantia do direito à terra para as famílias
camponesas no Tocantins. “Essa conquista
é resultado do esforço coletivo do MST, das famílias e de diversos movimentos
sociais e organizações parceiras que lutam pela reforma agrária”, afirma.
Em
busca de uma vida digna, cultivando seus ideais nos campos e nas ações
cotidianas, Manuel Leite, presidente da associação Olga Benário, afirma que
cada momento de luta desde 2013 valeu a pena, “alcançamos essa vitória com dedicação e coragem, ao longo de anos de
luta e manifestações. Nesse trajeto de resistência, enfrentamos ameaças,
discriminação e inúmeros perigos para nossa segurança. Enfrentamos tentativas
de destruição por parte dos poderosos, que derrubaram nossos acampamentos e
devastaram nossas plantações. No entanto, permanecemos resistindo”, enfatiza.