Caso Marielli: deputados pedem vista e adiam análise sobre prisão de Brazão

Único tocantinense membro da CCJ, o deputado Ricardo Ayres declarou ser a favor da manutenção da prisão

Publicado em: 26/03/2024 20:19:00

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Fotmontagem/Assessoria do deputado Ricardo Ayres


Deputados da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) pediram vista e adiaram, por duas sessões, a votação sobre a prisão preventiva do deputado federal Chiquinho Brazão (RJ), detido no último domingo, 24, acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.


Como Brazão é parlamentar federal, a prisão precisa ser aprovada pela maioria absoluta da Câmara dos Deputados. O relator do caso na CCJ, deputado Darci de Matos (PSD-SC), defendeu que a prisão respeitou as exigências constitucionais que dizem que a detenção de um parlamentar só pode ser feita em flagrante e por crime inafiançável. 


Os deputados federais Gilson Marques (Novo-SC) e Roberto Duarte (Republicanos-AC) pediram vista para analisar se a prisão preventiva foi legal, argumentando que não tiveram tempo de avaliar o relatório da Polícia Federal, a decisão de prisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o relatório de Darci de Matos.


“O deputado está preso. Qual é a pressa? Qual é a pressa? Nós precisamos dormir com a cabeça no travesseiro para ter certeza de fazer a coisa certa”, argumentou Gilson Marques.


O parlamentar Roberto Duarte também saiu em defesa do pedido de vista. “Nós precisamos avaliar a questão da prisão preventiva decretada pelo Supremo Tribunal Federal. Nós observamos ainda, na imprensa nacional, que não existem provas cabais e que não houve sequer o contraditório. Nós precisamos defender o contraditório sempre e o devido processo legal”, afirmou o deputado acreano.


Único tocantinense membro da CCJ, o deputado Ricardo Ayres declarou em rede social sua posição a favor da manutenção da prisão. “Não há o que discutir, as provas estão aí, o caso é sério e envolve tanto o deputado quanto seu irmão, que atualmente é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do RJ, além do ex-chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa. O Brasil urge por uma resposta ao caso Marielle e nós não podemos fechar os olhos para o que estamos vendo: a institucionalização do crime que permeia a política e também as forças de segurança do RJ”, avaliou o deputado.